quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Como surgiram as corridas de lanchas....



O norte da Itália é um região repleta de lagos que formam paisagens encantadoras. Foi diante de tanto verde e tanta água que se criaram alguns dos mais famosos estaleiros do mundo. Um deles, em Sarnico, no lago de Iseo - entre as comunas de Bergamo e Brescia - entraria para a história dos iates e lanchas de luxo em 1842, quando Pietro Riva começou sua produção, que levaria à criação da lendária marca que leva seu sobrenome.
Naquele ano, Pietro - um jovem carpinteiro vindo da região de Laglio, no lago Como - ajudou a reconstruir muitas das embarcações que ficaram danificadas por uma violenta tempestade que atingiu o lago Iseo. Sua impressionante habilidade fez com que ele ganhasse fama na cidade de Sarnico e, a partir de então, começou seu estaleiro, produzindo iates como ninguém havia visto antes.
Seu filho, Ernesto, continuou seu legado, mantendo as tradições de fabricação do pai, mas incluindo motores de combustão interna em 1880, e fazendo barcos maiores, que serviam para transportar pessoas e bens pelo lago.
Corridas
Como acontece com muitas das famosas marcas de automóveis que viraram lendas e hoje são cultuadas mundialmente, a Riva também deve parte de sua fama às corridas das décadas de 1920 e 30. Enquanto os carros duelavam nas pistas, as primeiras lanchas também testavam seus motores nas águas. E o lago Iseo era um dos principais cenários das corridas náuticas naquela época.


Assim, em 1912, Serafino Riva atingiu a marca de 24 km/h durante uma competição, um recorde. Este impetuoso herdeiro da família participou de diversas corridas, vencendo uma das mais célebres da época, a Pavia-Veneza, por duas vezes consecutivas, em 1931 e 32, estabelecendo novo recorde de velocidade, com 52 km/h.
Seu sucessor, Carlo Riva, aproveitou bem a reconstrução da Itália do pós- -guerra para consolidar a marca como a principal na fabricação de iates e lanchas de luxo, sempre mantendo as tradições criadas por Piero. Ou seja, mesmo quando a fibra de vidro surgiu como o material dos barcos, ele manteve a madeira como a essência de seus iates.



Tradições
Desde os primeiros anos, o estaleiro da Riva em Sarnico preza pelo modo de construção de seus fundadores. Cascos e deques são construídos lado a lado para formar suítes flutuantes, em que a filosofia "menos é mais" é muito forte. Ou seja, a simplicidade impera sobre o excesso.

A madeira, geralmente mogno, é a base de toda a estrutura e a maneira como ela é envernizada não muda, permanecendo a fórmula pregada por Carlos de 24 mãos de verniz para deixá-la tão brilhante quanto possível e resistente à água e ao sal. Os parafusos também são pintados na mesma cor do casco.
Além de a construção se manter praticamente inalterada durante os anos, o acabamento e acessórios da parte interna dos iates também representam o que há de melhor do fino artesanato italiano com peças, mobílias, porcelana, tecidos,estofos etc sempre adquiridos dos mesmos fornecedores, ou seja, um compêndio do que há de melhor na Itália.

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