sábado, 3 de novembro de 2012

A história do kitesurf...


O kitesurf Kite em inglês = pipa, ou seja, surf com pipa! É uma mistura de windsurf com esqui, wakeboard, surf, vôo livre. Onde de desliza sobre a água em uma pranchinha ou um wakeboard, puxado pelo kite.

O kitesurf que nós conhecemos hoje foi criado por dois irmãos franceses, Bruno e Dominique Legaignoux, em 1985. Mas muito antes disso já se ouvia falar da pipa. Há cerca de 2 mil anos, os chineses já utilizavam-na para auxilar os barcos no transporte de materiais pesados.

A pipa também teve outras "funções" no decorrer da história. O inglês George Peacock é considerado o pai da tração à pipa por ter inventado, em 1826, uma estrutura em que uma carroça era puxada por pipas a uma velocidade de até 20 km/h. O norte-americano, Samuel Franklin Cody chegou até mesmo a navegar no Canal da Mancha sendo puxado por uma pipa.
Muito tempo depois, por volta dos anos 1970 e 1980 a pipa chegou a ser usada para impulsionar canoas, patins, patins no gelo, esquis e esquis aquaticos. O suíço Andréas Kuhn foi quem chegou mais perto do kitesurf atual. Ele utilizava um parapente de aproximadamente 25 m2 para impulsioná-lo sobre uma prancha parecida com as wakeboards que conhecemos. Seus saltos chegaram a ser televisionados e divulgados em toda a Europa.

Mas, havia ainda um grande problema a ser resolvido. O parapente, ao cair na água, não permitia uma nova decolagem. Esse foi o grande diferencial da pipa dos irmãos Legaignoux - eles criaram uma pipa inflável que, além de permitir ser reerguida caso caísse na água, também retornava em um ângulo de 10 graus contra o vento, ideal para a decolagem.

O Kitesurf é um esporte novíssimo e que vem sendo praticado por muitos velejadores de windsurf. Em São Paulo, na represa de Guarapiranga, há praticantes desde 1998. No mundo é um esporte que vem ganhando terreno, já existem algumas revistas especializadas no mundo como a Kiteboarding.

Nem tudo foi fácil para os irmãos Legaignoux. Em 1985, ano em que patentearam o kite, o windsurf estava no auge e nenhuma empresa quis arriscar-se a produzir a pipa. Apenas 10 anos depois, em 1995, é que a pipa começou a ser produzida e comercializada.

Um dos responsáveis pela divulgação do esporte foi Robby Naish, campeão mundial de wind. Naish se apaixonou pelo esporte e hoje, além de velejar é também um fabricante de kite. Ele inclusive foi o primeiro campeão mundial de kite, em torneio realizado no ano de 1998, em Maui, no Havaí.

As primeiras tentativas de usar o kite como vela foram no final da década de 70. De lá para cá os equipamentos foram evoluindo e o Kitesurf virou uma febre.

Em um recente campeonato na França foi registrado um salto com sete segundos de duração e há registros em vídeo de feras como Robby Naish, lenda viva no Windsurf, saltando a mais de 20 metros de altura com sua pipa.

Um equipamento de Kite é composto basicamente de duas partes: a pipa e a prancha. A pipa é construída do mesmo material dos para-quedas e possui o mesmo princípio de algumas pipas na qual podemos controlar sua trajetória. A prancha pode ser uma de surf com alças, um wakeboard ou a uma mistura das duas.

Os pontos positivos dos Kites são: tamanho, comodidade no transporte e pouco vento para executar manobras. Os pontos negativos: perigo das linhas do Kite, já ocorreram alguns acidentes graves fora do Brasil e ainda poucos fornecedores de equipamentos.
Entenda os termos usados..
Alça
Tira de tecido parafusada à prancha, usada para o kitesurfista fixar os pés.

Anemômetro
Aparelho usado para medir a velocidade do vento.

Arc
Kite híbrido entre um foil e um inflável. Possui o formato de um inflável e estrutura semelhante a um foil.

Barlavento
De onde o vem vento. O contrário de Sotavento – para onde vai o vento.

Barra
É usada pelo kitesurfista para controlar o kite, aonde são conectadas as linhas de vôo do kite.

Bexigas
Feitas de material plástico, vão dentro das talas dos kites infláveis e cheias de ar comprimido dão rigidez e estrutura ao kite. Fazem a função das varetas nas pipas de crianças, com a vantagem de não machucarem uma pessoa em caso de impacto.

Bico (nose)
(ou Nariz). Parte frontal da prancha, conhecida pelos marinheiros como proa.

Bidirecional
Prancha que tem frente e traseira idênticas e veleja em ambos os sentidos.

Body drag
Ser arrastado controladamente pelo kite na água, usando apenas o corpo, sem prancha. Manobra usada principalmente no aprendizado, com a intenção de entender o controle do kite com a segurança de estar na água e não se preocupar com a prancha.

Bomba
Pode ser manual (mais comum), de pedal ou elétrica. É usada para bombear o ar nas bexigas que dão estrutura e rigidez ao kite inflável.

Bordo de ataque
Parte frontal do kite (ou de uma asa), aonde este ataca o vento.

Bordo de fuga
Parte traseira do kite (ou de uma asa), aonde o vento escapa.

Bota
Bota ajustável parafusada à prancha, usada para o kitesurfista fixar seu pé a uma prancha de wakeboard.

Cabresto
Sistema de linhas e roldanas utilizado para manobrar os kites infláveis. Todos os kites duas linhas possuem cabresto para virar. Nos kites de 4 linhas é dispensável. Nos kites foil se chama cabresto o complexo conjunto de linhas que vai fixado ao kite.

Chicken loop
Também chamado de Depower ou Trim Loop é um sistema que permite que o kitesurfista ajuste a potência do kite.

Deck
Superfície superior da prancha, aonde se pisa.

Decolar
Procedimento para colocar o kite em vôo.

Depower
Ver Chicken Loop

Direcional
Prancha que só navega em um sentido. Possui nariz e rabeta distintos. Uma prancha de surf é direcional.

Downwind
Ir a favor do vento. O mesmo que arribar.

Foil
Tipo de kite semelhante a um parapente, também chamado de Ram Air. A palavra Foil é usada também para se chamar a curvatura do kite e das quilhas num corte transversal.

Front Stall
Quando o kite perde o vôo e cai com o bordo de ataque para baixo.

Gato
Pequena peça náutica (geralmente de metal) usada no kitesurf para atar o depower da barra ao trapézio. Possui um sistema que permite que se solte rapidamente em alguma emergência.

Grab
Segurar a borda da prancha durante uma manobra.

Handle-pass
É a passagem da barra por trás do corpo, para executar essa manobra é necessário desengatar o chicken loop
Indy Grab
Segurar a borda pelo meio da prancha durante uma manobra.

Janela de vento
A área aonde é possível voar o kite.

Jibe
Manobra de mudança de direção da prancha feita pelo kitesurfista em que se troca as posições dos pés.

Kevlar
Polímero usado para fazer linhas com alta resistência à cortes e rompimento. Linhas de Kevlar são menos usadas no kitesurf do que as de Spectra.

Kit trapézio
Laço atado à barra, que permite prendê-la ao gancho do trapézio. Normalmente é um cabo revestido com um tubo plástico.

Kite (pipa)
Usando o vento como fonte de energia, o kite é o gerador de potência para o kitesurfista, da mesma maneira que um barco puxa o esquiador!

Kite Loop
Dar uma volta completa com o kite no ar, durante um salto ou durante o velejo, desenhando a letra O no ar.

Kiteboarding
Nome comumente utilizado pelos americanos para o kitesurfing.

Leash
Também conhecido como cordinha, é o sistema usado para se manter preso ao kite ou à prancha e recuperá-los caso os perca. No kitesurf não é recomendado seu uso na prancha, pois ela pode voltar com muita força contra você. Já o leash no kite é obrigatório, para que você não o perca ou que ele não atinja terceiros.

Linhas
(linhas de vôo) São as linhas usadas para ligar o kite à barra. Podem ser de Spectra (mais comum) ou Kevlar. Normalmente aguentam mais de 300 kgs de tração cada. Existem kites que usam 2, 3 e 4 linhas.

Looping
Dar uma volta vertical completa com o próprio corpo durante um salto.

Lufar
Deixar o kite perder sustentação e cair. Normalmente a lufada acontece quando o kite passa da Zona Neutra acima da cabeça do kitesurfista.

Mutante
Prancha híbrida que funciona como direcional, mas pode ser usada como bidirecional também, pois possui pequenas quilhas na frente.

No Whip
Manobra feita usando apenas a velocidade da prancha e a superfície da água ou marolas para saltar. Normalmente praticada com o kite a 45 graus. Não se joga o kite para cima para saltar.

Nose Grab
Segurar a borda pela frente (nariz) da prancha durante uma manobra.

Nós
Medida de velocidade, que corresponde a Milhas Náuticas por Hora. Muito usada para se medir a velocidade do vento. Corresponde também a 1,8 km/h.

Orçar
Navegar em ângulo que permite ganhar altura contra o vento. O mesmo que upwind.

Over powered
Situação em que o kitesurfista fica com potência demais por estar usando um kite maior do que o recomendado para seu peso e/ou velocidade do vento.

Pigtail
É o cabinho com nós nas pontas do kite, onde são atadas as linhas de vôo.

Pop
Manobra realizada para a decolagem dos saltos sair mais potente. É um impulso usando a força das pernas com a cravada da prancha (bem na rabeta) em sincronia com o comando do kite. Muito usado em manobras No Whip (sem comandar o kite).

Power Zone
Zona da janela de vento em que o kite traciona com mais força. O centro da janela.

Quick release
Sistema de segurança que permite que o kitesurfista se desconecte do kite com rapidez em uma emergência.

Quilha
Aleta fixada embaixo da prancha que mantém a direção da velejada e permite mais potência para saltos mais altos.

Rabeta
Parte traseira da prancha.

Rail
Borda da prancha.

Rajada
Aumento momentâneo da velocidade do vento. É possível observar a chegada de uma rajada pelo jeito mais encrespado da superfície do mar, antecipando o aumento da pressão no kite.

Redecolar
Colocar em vôo novamente o kite que caiu na água.

Rocker
Curvatura do fundo da prancha no sentido longitudinal. É um elemento importante que define a navegabilidade da prancha, assim como a sua facilidade de fazer curvas e velocidade com controle.

Saquinho de chá
Situação em que o kitesurfista fica Over e começa a subir e descer suspenso pelo kite, mergulhando e saindo da água como se fosse um saquinho de chá. Também chamado de Isca de Tubarão

Sheeting Strap
ver Trim

Sleeve
Roupa de neoprene usada para proteger o kitesurfista contra o frio. A palavra sleeve é usada também para denominar a capa que vai no terminal das linhas para protegê-las contra o rompimento.

Sossega Palhaço
Susto muito grande causado por alguma situação de perigo, geralmente constrangedor. Normalmente acontece quando o cara fica empolgado e quer fazer uma graça perto da areia para impressionar a platéia, mas toma um sossega-palhaço do kite e para de andar rapidinho.

Sotavento
Para onde o vento está indo. O contrário de Barlavento – de onde o vento está vindo.

Spectra
Marca comercial para linhas feitas de dynema – polímero com resistência superior ao nylon, utilizado para fazer as linhas usadas no kitesurf. As linhas Spectra possuem alta resistência quando tracionadas, mas se cortam com certa facilidade.

Switch
Manobra em que se gira a prancha, trocando a frente pela traseira, sem alterar a direção do velejo. Normalmente é feita antes ou depois de uma transição.

Tail Grab
Segurar a borda pela rabeta da prancha durante uma manobra.

Toeside
Estilo de velejo em que se veleja de backside para o kite, fazendo a pressão na borda com os dedos dos pés para manter a prancha na água.

Trainer kite
Pipa de treinamento pequena com pouco ou nenhum poder de tração, usada na primeira hora de aprendizado do controle do kite.

Transição
Manobra de mudança de direção do velejo. Por exemplo, o kitesurfista está indo em direção do mar para a praia, faz a transição e volta em direção ao mar!

Trapézio
Espécie de cinto com gancho frontal que o kitesurfista veste. É usado para prender o Chicken-Loop ou o Kit Trapézio, dando mais conforto, pois a força do kite não fica totalmente concentrada nos braços. Deixa também as mãos livres para pegar a prancha e realizar manobras como grabse board-offs

Trim
Sistema de fivela ou mordedor náutico conectado nas linhas da frente logo acima da barra, que permite fazer ajustes na potência do kite, antes ou durante o velejo.

Twin tip
Prancha que tem as pontas iguais (frente e rabeta). Não é necessariamente uma bidirecional, pois pode possuir rocker direcional (mais curvatura no nariz).

Upwind
ver Orçar

Wakeboard
Prancha semelhante à usada no wakeboard tradicional (puxado por uma lancha).

Wakeskate
Prancha sem alças, com deck curvado e com anti-derrapante, utilizada para fazer flips e manobras semelhantes às de skate.

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