sábado, 17 de novembro de 2012

A história do polo equestre..


Acionando a todos os sensores, aguçando aquela curiosidade histórica e, pronto, já estamos acessando a internet, revirando livros, investigando manuscristos e conversando com que tem conhecimento do assunto. De onde vem o Polo, afinal? Referências de historiadores nos levam ao ano 600 antes de Cristoem um costume que ocorria algumas vezes ao ano que era a “caça ao rato almiscarado”., Neste jogo, os caçadores iam a cavalo, carregando bastões para matar o animal. Porém, no verão, não havia ratos e o costume prosseguia utilizando-se os bastões para bater numa bola recoberta com pele, cuja forma moderna chamou-se de “Pulu”.com os cavaleiros da Ásia Central e China. As versões para o nascimento do jogo, numa forma bastante rudimentar, variam ao sabor de poemas, lendas e algumas gravuras. Mostram o Tibete e seus caçadores a cavalo, com bastões, atrás de rato almiscarado. Apontam para a singular importância da prática na China, onde um taco foi acrescentado ao brasão da dinastia Tsang. Diz-se que da China passou para o Japão onde foi desenvolvido um tipo diferente de atividades entre famílias reais.
Outra versão indica a posse e o desenvolvimento do jogo por parte dos persas, introduzindo-o no Egito, Grécia e Norte da Índia. O Polo aparecia como passatempo nobre, jogado por sultões, xás, imperadores e califas. E, ao mesmo tempo, diferenciava os bravos guerreiros e os caçadores habilidosos. À partir do século XVII, talvez numa retomada mais moderada do jogo, os tibetanos e os indianos passaram a praticar o Pulu, com uma bola feita de raiz que levava o mesmo nome. Daí a denominação atual de Polo.
Na Índia, todos jogavam, cada aldeia tinha seu campo. Às vezes era jogado no rua central da vila. Segundo relato de Charles Chenevix Trench, um oficial de calvalaria, "podia-se ver nos jogos rajás e marajás, soldados, pastores, militantes, gente do povo, todos galopando furiosa e rapidamente, divertindo-se imensamente". Neste ponto, a história da evolução do jogo atingia um patamar bem interessante, pois não era apenas privilégio de altissima classe, passando a ser motivo de confraternização. A Índia seria o ponto-chave para a ocidentalização. Dali o Polo seria irradiado para a Inglaterra e o resto do mundo.
História do Pólo Equestre
INFLUÊNCIA INGLESA
O Polo como conhecemos hoje, com suas regras e deteminações, se deve aos ingleses, que à época da colonização da Índia esboçaram as primeiras regulamentações do jogo. A história conta que:
1854 - Os ingleses tinham inciado plantações de chá no vale Cachar e o tenente do exército inglês em Bengali, juntamente com o capitão, superintendente do distrito, empolgados pelo Pulu ao jogarem com os manipuris, uniram-se a mais sete dos plantadores de chá e fundaram o primeiro club de Polo fundado pelos os europeus, o Silchar. Posteriomente, 1861, 1863, foram fundados mais três clubes e rapidamente o Polo se expandiu, levado pelos ingleses a toda a parte: Deli, Bengali, Madras. Mais tarde, através de umas notícia publicada no The Field, da Iglaterra, um oficial britânico tomou conhecimento daquele jogo na Índia, e com alguns companheiros improvisou um time. Apelidaram o jogo de hóquei a cavalo e começaram a aperfeiçoá-lo. Não demorou para se tornar o predileto da cavalaria.
História do Pólo Equestre
1873 - Jogou-se a pimeira partida de Polo na Inglaterra, em Hurlingham, um clube destinado a ser um marco, pois no ano seguinte já contava com 1.500 sócios tornando-se o primeiro clube do mundo a ter os limites de campo definidos e demarcados.
1876 - Ingleses jogavam contra indianos e as regras eram desenvolvidas. Em Deli foram esboçadas as primeiras regulamentações do Polo, como é jogado hoje. E em Hurlingham foram estabelecidas as regras, que se tornaram o regulamento mundial. Nessa mesma época, o Polo caiu no gosto dos irlandeses e californianos. Um forte representante da imprensa americana foi a Inglaterra e assistiu a um jogo em Hurlingham. Voltou aos Estados Unidos levando um conjunto de tacos e bolas, comprou cavalos no Texas e fez uma demonstração inicial em uma academia hípica na Quinta Avenida, em nova York. Três anos depois, os clubes proliferavam.
História do Pólo Equestre
1877 - Os ingleses introduziram o Polo na Argentina, país que lideraria o jogo no mundo inteiro. A primeira partida na Argentina foi em 1877 e o Polo conquistou os mais adeptos do que em outro qualquer lugar. Três anos depois fundou-se o Lomas, seguido pelo clube Flores, em 1883.
1889 - Surgiu o Hurlingham argentino e em 1892 fundou-se a Associação de polo do Rio da Prata. Não demorou para equipes argentinas estarem jogando na Inglaterra e vice-versa. Os argentinos ganhavam todos os jogos auxiliados por cavalos especialmentes desenvolvidos. O excelente desempenho argentino era explicado, também, devido a topografia, qualidade do solo e ao clima que permite jogar o ano inteiro.
História do Pólo Equestre
1890 - Enquanto isso, nos Estado Unidos, já havia a U.S. Polo Association. Um ano depois contava-se com mais de 100 torneios em 20 clubes.
No final do século, a British Country Polo Association registrava mais de 750 jogadores e 63 clubes: 19 na Irlanda, 1 na Escócia e 43 na Inglaterra. A responsável pela difusão do Polo em inumeras regiões adversas foi a marinha inglesa, que levou o jogo para a Nigéria, Cuba, Hong-Kong, Ilhas Maurícius, Cabo Verde, Nova Zelândia e África do Sul entre outras.
Regras básicas e fundamentos do polo:
O principal objetivo do polo é conseguir marcar o maior número de gols em comparação ao seu adversário, acertando uma bola de 8 centímetros de diâmetro com um taco de 3 metros de comprimento, e fazendo-a entrar numa baliza com 7,3 metros de largura.
As medidas de um campo de polo são de 275x180m, e os cavalos utilizados caracterizam-se por ter uma altura que varia entre 1,52 metros e 1,60 metros. A bola para jogar polo é branca e feita de madeira ou plástico. O taco é de cana de bambu.
O jogo é disputado por duas equipes com 4 elementos cada. Estes elementos encontram-se numerados de acordo com as posições que ocupam no campo de jogo, sendo o nº1 e nº2 atacantes, o nº3 meio de campo e o nº4 defensor.
Um jogo de polo dura pouco menos de uma hora, e é dividido por períodos chamados chukkas. Conforme o nível de jogo, podem variar de 4 a 6 chukkas por partida. Cada chukka tem duração de 7,5 minutos e é feito um intervalo de 3 minutos entre os chukkas. Na metade da partida é feita uma pausa de 5 minutos.
Os cavalos devem ser trocados a cada chukka e só podem ser utilizados 2 vezes no mesmo jogo, podendo ser eliminados durante a partida se a sua condição física for julgada insatisfatória num dos controles veterinários que ocorrem durante a prova.
Os jogos são controlados por dois juízes montados a cavalo e um árbitro que permanece fora do campo, que é consultado pelos anteriores em caso de dúvida.
Os jogadores são avaliados e classificados por handicaps numa escala de -2 a 10, sendo -2 um iniciante e 10 um jogador perfeito. Jogadores com handicap igual ou superior a 2 são considerados profissionais. Esta avaliação não é atribuída de jogo para jogo, mas sim no final de cada época.
O polo tem uma particularidade que o diferencia dos outros esportes, que consiste no fato de as equipes terem de mudar de campo, e consequentemente de baliza, a cada gol que marcam. Isto acontece para que nenhuma das equipes seja beneficiada do estado do campo e das condições atmosféricas.

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NO BRASIL
Os ingleses, em suas colonizações pelo mundo afora, procuravam manter monopólios ou ao menos, deter controle sobre acordos e condições de utilização de terras e transportes. Mas, políticas históricas à parte, o fato é que engenheiros ingleses foram enviados ao Brasil, na década de 20, para a construção de ferrovias. Haviam grupos de ingleses no Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, no Paraná em São Paulo, capital e interior. Por ocasião da construção da São Paulo Railway, depois chamada de estrada de ferro Santos-Jundiaí, os ingleses trouxeram o Polo para a capital paulistana. Eles jogavam em campos meio improvisados, perto de Pirituba, até que formaram um campo no bairro de Água Branca.
Enquanto isso, em Colina, SP, Famílias pioneiras enraizadas na tradição da agricultura e da criação de cavalos como os Junqueiras, já haviam feito contato com o jogo e praticavam o Polo de uma maneira inicial, ou seja, não lapidado. Colina foi a pioneira ao inaugurar em 1926, o primeiro Clube de Polo do Estado de São Paulo. Nascia também em São Paulo, a Hipica Paulista, de início na Aclimação passando para Pinheiros e indo para o Brooklin.
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Na revolução de 32, Joaquim Carlos Egydio de Souza Aranha, o Calu, que adorava cavalos, mantendo animais de cancha reta, travou conhecimentos com vários da família Junqueira. O encontro foi tão providencial que o entusiasmo pelo Polo não parou mais desde então. Ao voltar para São Paulo, Calu, cuja a familia possuía uma chácara no bairro da Casa Verde, fez um Campo de Polo. Nessa altura, São Paulo já tinha a Hípica, o campo dos ingleses na Água Branca, o campo da Casa Verde, o dos militantes da Força Pública, no bairro de Santana zona norte, e o Clube Hípico de Santo Amaro.
No interior iam surgindo vários núcleos de Polo: Descavaldo, com Sylvio Coutinho; Tatuí, com os Meirelles; em Pirassununga, Analândia, Franca, Avaré, Orlândia, e tantos outros. Em 1937, quando a Casa Verde se formou como um time, o impulso estava dado. Começou a existir a saudável rivalidade entre clubes e equipes e os jogos se intesificaram. O Casa Verde representava o Hípica Paulista e o reduto dos Kalil era o Clube Hípico de Santo Amaro. Os sócios dos clubes, que nem eram polistas, vinham torcer, cada um por seus times e se organizavam em verdadeiras festas. Final dos anos 30, começo dos anos 40, já se jogava o chamado Campeonato Estadual de Polo, hoje Aberto do Estado de São Paulo. Haviam torcidas organizadas para as equipes, muita assistência e muita rivalidade transpirando entre os times. Em jogos de maior disputa como capital e interior, a festa dobrava.

Atualmente o polo é praticado em mais de 50 países

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