quarta-feira, 9 de maio de 2012

A hirtoria do mergulho de apneia....

O mergulho livre, ou em apnéia, é a técnica mais antiga de mergulho. Começou a ser praticada com a finalidade de encontrar alimentos e tesouros. Homens e mulheres têm praticado mergulho em apnéia por séculos. Evidências têm aparecido através de artefatos marinhos achados há mil anos em terra e em representações de mergulhadores afogados.
Na Grécia antiga, apneístas ficaram conhecidos por terem participado de explorações militares em 500A.C., fugindo pelo mar, da prisão no navio feita pelo rei persa Xerxes I, e soltando todos o navios persas ancorados, enquanto os guardas presumiam que os gregos tinham se afogado. O mergulho em apnéia também tem sua finalidade comercial nas áreas menos desenvolvidas do mundo.
Os melhores apneístas conhecidos são as caçadoras de pérolas do Japão e da Coréia. Essas mulheres vêm de comunidades que se especializaram em mergulho em 4500A.C., fascinando os artesãos da época com seus achados. Na Segunda Guerra Mundial, o apneístas também foram usados para localizar minas e colocar explosivos sob os navios de guerra, sem chamar a atenção dos inimigos. Atualmente, o mergulho em apnéia vem ganhando cada vez mais adeptos e se tornou um esporte de competição.
O primeiro praticante de mergulho livre da história chamava-se Giorghios Haggi Statti, que em 1911, para conseguir dinheiro e permissão para pescar utilizando dinamite, ofereceu-se à marinha italiana para resgatar a âncora do navio Regina Marguerita a 77 metros de profundidade. Giorghios criou a técnica utilizada até hoje no mergulho livre: descer em pé com o auxílio de pesos. Ele utilizou uma pedra de 50 Kg, abandonando-a no fundo do mar; resgatou a âncora e voltou à superfície amarrado por uma corda que era puxada pela tripulação do navio.
Mas as competições tiveram início somente quatro anos após o final da Segunda Guerra Mundial com um ítalo-húngaro capitão da força aérea italiana, Raimondo Bucher, que utilizando máscara, snorkel e nadadeiras, desceu 30 metros em apnéia, deixando um bilhete na marca para a comprovação.
Em 1951, apareceram Enio Falco e Alberto Novelli, que desceram a 35 metros, mas foram ultrapassados no ano seguinte por Bucher com a marca de 39 metros.
Na década de 60 surgiram grandes e famosos apneístas como: o italiano Enzo Majorca, o brasileiro Américo Santarelli, o polinésio Tetake Williams, o francês Jacques Mayol e o norte-americano Robert Croft. Em 1960, Américo Santarelli desceu 44 metros e em 1961, Enzo Majorca chegou aos 51 metros. Em 1965, surgiu Tetake Williams que foi aos 59 metros, mas no ano seguinte Jacques Mayol conseguiu a marca de 60 metros e Majorca, 62 metros. Em 1967, apareceu Robert Croft marcando 64 metros de profundidade. No final dos anos 60, Mayol rompeu os 70 metros, mas Croft desceu 73 e Majorca 74 metros.
Rumo ao abismo seguiram os atletas e nesta época se iniciaram maiores estudos sobre o esporte, juntamente com o duelo Mayol x Majorca que tomou conta do mundo do mergulho livre. A disputa inspirou o romance “Imensidão Azul” (Le grand Bleu, filme inesquecível de 1980).
Em 1972, a marca já estava em 80 metros, estabelecida por Enzo Majorca. Então ele montou uma equipe para auxiliá-lo nos treinamentos e realizar estudos sobre os efeitos do mergulho no corpo humano. Mayol também passou a se dedicar aos estudos sobre apnéia. Durante vários anos Mayol e Majorca travaram duelos e se revezavam na posição de "The deepest man in the world".
Em 1976, Jacques Mayol foi o primeiro homem a alcançar os 100 metros de profundidade (na disciplina que hoje seria classificada como No Limits. Majorca só conseguiu esta marca em 1988.
A partir de 1980 iniciou-se uma nova safra de mergulhadores com outra acirrada disputa entre o cubano Francisco ´Pipin´ Ferreras e o italiano Umberto Pellizzari. Levou a melhor o italiano com a marca de 150 metros.
No cenário feminino, o destaque era a cubana Debora Andollo. Vinda do nado sincronizado, a atleta demonstrava perfeita harmonia na água, tanto no lastro constante como nas demais disciplinas de profundidade. Quebrou vários recordes mundiais. Sendo a primeira atleta do continente americano a representar o esporte em nível mundial.
1992 Surge a apnéia como esporte competitivo graças à um dos seus organizadores e fundadores, além de atleta e recordista mundial na apnéia estática, Claude Chapuis, em parceria Roland Specker também recordista de No Limits e Variável em lagos e Thierry Meunier.  
1999 foi um ano histórico para o Brasil : Karoline Meyer se torna a primeira mulher brasileira a quebrar um recorde mundial, em Nice – França na categoria apnéia estática e no lastro variável realiza a 2ª melhor marca no mundo.
No Egito a atleta novamente fez história, se tornando a primeira atleta no mundo a realizar um recorde mundial dentro de uma competição! Além de quebrar, pela segunda vez o recorde mundial na disciplina. Karol Peixe, como é chamada, também se tornou a primeira brasileira a vencer campeonatos mundiais (Red Sea Dive Off, Nice world cup, Montreaux world cup, Perlonjour world cup).
Em 2000, a atleta brasileira realiza o 3 º recorde mundial, se tornando a única no mundo a conquistar 3 recordes na disciplina apnéia estática.
Em 2001, Brasil e França se uniram para um recorde mundial: Karol Meyer e Audrey Mestre realizam -91m no No Limits Tandem.  
O Último recorde da atleta Audrey Mestre que faleceu no ano posterior buscando o recorde absoluto no No Limits de -170m. Audrey chegou a realizar por 3 vezes a marca em treinos.

No masculino, Loic Leferme da França descia absoluto ao abismo na categoria No Limits, enquanto no variável o italiano Gianluca Genoni era a estrela juntamente com o belga Patrick Musimu, que mais tarde veio a se destacar também em outras disciplinas de profundidade.
Nos recordes em profundidade de lastro constante com e sem nadadeiras e imersão livre também surgiram e despontaram: o tcheco Martin Stepaneck, o venezuelano Carlos Coste, a canadense Mandy Cruisckank, a havaiana Annabel Briseno, a sueca Ericson Lotta, a italiana Linda Paganelli e a russa Natalia Molchanova.
A americana Tanya Streeter se tornou a melhor profundista do mundo, batendo inclusive os homens numa descida à -166m no No Limits.
2003 surge o tcheco Martin Stepaneck, de início recorde mundial de estática, avançando em marcas de profundidade.
Outro marco no mundo do mergulho livre foi em 06/04/2004, recorde do venezuelano Carlos Coste que se tornou o primeiro atleta a ultrapassar a barreira dos 100 metros no lastro constante, com a façanha realizada de -102m e -105m logo na sequência. No mesmo ano desponta nas piscinas o alemão Tom Sietas.
2005 – Patrick Musimu surpreende o mundo com a quebra da barreira dos -200 metros no No Limits, atingiu 209,6 metros de profundidade no Egito.
Hoje a marca se encontra nos 215m do austríaco Herbert Nitsch no No Limits, sendo um dos atletas mais completos do mundo por realizar recordes mundiais em várias disciplinas, à exemplo da russa Natalia Molchanova.  
2008 O detentor do recorde atual no lastro constante, o francês Guillaume Nèry, com 113m, é também o mais jovem recordista mundial que o mergulho livre já teve.
Recentemente a Nova Zelândia vem mostrando novos talentos como: o gigante Dave Mullins, Kathryn Macphee e William Trubridge.

O Brasil possui sua marca registrada na história do "Big Blue" quando o assunto é recorde mundial, confiram:
No masculino, pioneiro no mergulho livre e campeão de pescasub, Américo Santarelli (1960) o primeiro e único atleta brasileiro na categoria masculina que conquistou dois recordes mundiais. Sua marca mundial foi de grande importância, pois foi o primeiro no mundo a quebrar a temida barreira dos -40m, sendo inspiração para muitos brasileiros.
No feminino, Karoline Meyer (Karol Peixe) realiza em 10 julho de 2009 seu 5º recorde mundial, desta vez absoluto (feminino e masculino) na categoria Guinness Book - Apnéia Estática, batendo o italiano Gianlucca Genoni, com o inacreditável tempo de 18minutos e 32 segundos submersa! A atleta é umas das poucas no mundo a realizar tantos recordes: 5 recordes mundiais, 2 continentais 28 sul-americanos e 6 nacionais, colocando o país no topo do esporte há mais de 11 anos, sendo também vencedora de 4 provas mundiais e homenageada com 6 prêmios internacionais: Chave da Cidade Fort Lauderdale-EUA como atleta destaque, Icare Trophie-Suiça: como Melhor Mergulhadora no Mundo, Melhor Coach , prêmio Especial por sua completa carreira, Atleta destaque Outsider, da famosa revista GoOutside de esportes radicais. Sua imagem mergulhando com a bandeira do Brasil é uma marca registrada. Uma homenagem que faz não somente ao país, mas ao seu ídolo maior, Ayrton Senna do Brasil.

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