O mergulho livre, ou em apnéia, é a técnica mais antiga de mergulho.
Começou a ser praticada com a finalidade de encontrar alimentos e
tesouros. Homens e mulheres têm praticado mergulho em apnéia por
séculos. Evidências têm aparecido através de artefatos marinhos achados
há mil anos em terra e em representações de mergulhadores afogados.
Na Grécia antiga, apneístas ficaram conhecidos por terem participado
de explorações militares em 500A.C., fugindo pelo mar, da prisão no
navio feita pelo rei persa Xerxes I, e soltando todos o navios persas
ancorados, enquanto os guardas presumiam que os gregos tinham se
afogado. O mergulho em apnéia também tem sua finalidade comercial nas
áreas menos desenvolvidas do mundo.
Os melhores apneístas conhecidos são as caçadoras de pérolas do Japão
e da Coréia. Essas mulheres vêm de comunidades que se especializaram em
mergulho em
4500A.C., fascinando os artesãos da época com seus achados. Na Segunda
Guerra Mundial, o apneístas também foram usados para localizar minas e
colocar explosivos sob os navios de guerra, sem chamar a atenção dos
inimigos. Atualmente, o mergulho em apnéia vem ganhando cada vez mais
adeptos e se tornou um esporte de competição.
O primeiro praticante de mergulho livre da história chamava-se
Giorghios Haggi Statti, que em 1911, para conseguir dinheiro e permissão
para pescar utilizando dinamite, ofereceu-se à marinha italiana para
resgatar a âncora do navio Regina Marguerita a 77 metros de
profundidade. Giorghios criou a técnica utilizada até hoje no mergulho
livre: descer em pé com o auxílio de pesos. Ele utilizou uma pedra de 50
Kg, abandonando-a no fundo do mar; resgatou a âncora e voltou à
superfície amarrado por uma corda que era puxada pela tripulação do
navio.
Mas as competições tiveram início somente quatro anos após o final da
Segunda Guerra Mundial com um ítalo-húngaro capitão da força aérea
italiana, Raimondo Bucher, que utilizando máscara, snorkel e nadadeiras,
desceu 30 metros em apnéia, deixando um bilhete na marca para a
comprovação.
Em 1951, apareceram Enio Falco e Alberto Novelli, que desceram a 35
metros, mas foram ultrapassados no ano seguinte por Bucher com a marca
de 39 metros.
Na década de 60 surgiram grandes e famosos apneístas como: o italiano
Enzo Majorca, o brasileiro Américo Santarelli, o polinésio Tetake
Williams, o francês Jacques Mayol e o norte-americano Robert Croft. Em
1960, Américo Santarelli desceu 44 metros e em 1961, Enzo Majorca chegou
aos 51 metros. Em 1965, surgiu Tetake Williams que foi aos 59 metros,
mas no ano seguinte Jacques Mayol
conseguiu a marca de 60 metros e Majorca, 62 metros. Em 1967,
apareceu Robert Croft marcando 64 metros de profundidade. No final dos
anos 60, Mayol rompeu os 70 metros, mas Croft desceu 73 e Majorca 74
metros.
Rumo ao abismo seguiram os atletas e nesta época se iniciaram maiores
estudos sobre o esporte, juntamente com o duelo Mayol x Majorca que
tomou conta do mundo do mergulho livre. A disputa inspirou o romance
“Imensidão Azul” (Le grand Bleu, filme inesquecível de 1980).
Em 1972, a marca já estava em 80 metros, estabelecida por Enzo
Majorca. Então ele montou uma equipe para auxiliá-lo nos treinamentos e
realizar estudos sobre os efeitos do mergulho no corpo humano. Mayol
também passou a se dedicar aos estudos sobre apnéia. Durante vários anos
Mayol e Majorca travaram duelos e se revezavam na posição de "The
deepest man in the world".
Em 1976, Jacques Mayol foi o primeiro homem a alcançar os 100 metros
de profundidade (na disciplina que hoje seria classificada como No
Limits. Majorca só conseguiu esta marca em 1988.
A partir de 1980 iniciou-se uma nova safra de mergulhadores com outra
acirrada disputa entre o cubano Francisco ´Pipin´ Ferreras e o italiano
Umberto Pellizzari. Levou a melhor o italiano com a marca de 150
metros.
No cenário feminino, o destaque era a cubana Debora Andollo. Vinda do
nado sincronizado, a atleta demonstrava perfeita harmonia na água,
tanto no lastro constante como nas demais disciplinas de profundidade.
Quebrou vários recordes mundiais. Sendo a primeira atleta do continente
americano a representar o esporte em nível mundial.
1992 Surge a apnéia como esporte competitivo graças à um dos seus
organizadores e fundadores, além de atleta e recordista mundial na
apnéia estática, Claude Chapuis, em parceria Roland Specker também
recordista de No Limits e Variável em lagos e Thierry Meunier.
1999 foi um ano histórico para o Brasil : Karoline Meyer se torna a
primeira mulher brasileira a quebrar um recorde mundial, em Nice –
França na categoria apnéia estática e no lastro variável realiza a 2ª
melhor marca no mundo.
No Egito a atleta novamente fez história, se tornando a primeira
atleta no mundo a realizar um recorde mundial dentro de uma competição!
Além de quebrar, pela segunda vez o recorde mundial na disciplina.
Karol Peixe, como é chamada, também se tornou a primeira brasileira a
vencer campeonatos mundiais (Red Sea Dive Off, Nice world cup,
Montreaux world cup, Perlonjour world cup).
Em 2000, a atleta brasileira realiza o 3 º recorde mundial, se
tornando a única no mundo a conquistar 3 recordes na disciplina apnéia
estática.
Em 2001, Brasil e França se uniram para um recorde mundial: Karol Meyer e Audrey Mestre realizam -91m no No Limits Tandem.
O Último recorde da atleta Audrey Mestre que faleceu no ano posterior
buscando o recorde absoluto no No Limits de -170m. Audrey chegou a
realizar por 3 vezes a marca em treinos.
No masculino, Loic Leferme da França descia absoluto ao abismo na categoria No Limits, enquanto no variável o italiano Gianluca Genoni era a estrela juntamente com o belga Patrick Musimu, que mais tarde veio a se destacar também em outras disciplinas de profundidade.
No masculino, Loic Leferme da França descia absoluto ao abismo na categoria No Limits, enquanto no variável o italiano Gianluca Genoni era a estrela juntamente com o belga Patrick Musimu, que mais tarde veio a se destacar também em outras disciplinas de profundidade.
Nos recordes em profundidade de lastro constante com e sem nadadeiras
e imersão livre também surgiram e despontaram: o tcheco Martin
Stepaneck, o venezuelano Carlos Coste, a canadense Mandy Cruisckank, a
havaiana Annabel Briseno, a sueca Ericson Lotta, a italiana Linda
Paganelli e a russa Natalia Molchanova.
A americana Tanya Streeter se tornou a melhor profundista do mundo,
batendo inclusive os homens numa descida à -166m no No Limits.
2003 surge o tcheco Martin Stepaneck, de início recorde mundial de estática, avançando em marcas de profundidade.
Outro marco no mundo do mergulho livre foi em 06/04/2004, recorde do
venezuelano Carlos Coste que se tornou o primeiro atleta a ultrapassar a
barreira dos 100 metros no lastro constante, com a façanha realizada
de -102m e -105m logo na sequência. No mesmo ano desponta nas piscinas
o alemão Tom Sietas.
2005 – Patrick Musimu surpreende o mundo com a quebra da barreira dos
-200 metros no No Limits, atingiu 209,6 metros de profundidade no Egito.
Hoje a marca se encontra nos 215m do austríaco Herbert Nitsch no No
Limits, sendo um dos atletas mais completos do mundo por realizar
recordes mundiais em várias disciplinas, à exemplo da russa Natalia
Molchanova.
2008 O detentor do recorde atual no lastro constante, o francês
Guillaume Nèry, com 113m, é também o mais jovem recordista mundial que o
mergulho livre já teve.
Recentemente a Nova Zelândia vem mostrando novos talentos como: o gigante Dave Mullins, Kathryn Macphee e William Trubridge.
O Brasil possui sua marca registrada na história do "Big Blue" quando o assunto é recorde mundial, confiram:
O Brasil possui sua marca registrada na história do "Big Blue" quando o assunto é recorde mundial, confiram:
No masculino, pioneiro no mergulho livre e campeão de pescasub,
Américo Santarelli (1960) o primeiro e único atleta brasileiro na
categoria masculina
que conquistou dois recordes mundiais. Sua marca mundial foi de grande
importância, pois foi o primeiro no mundo a quebrar a temida barreira
dos -40m, sendo inspiração para muitos brasileiros.
No feminino, Karoline Meyer (Karol Peixe) realiza em 10 julho de 2009
seu 5º recorde mundial, desta vez absoluto (feminino e masculino) na
categoria Guinness Book - Apnéia Estática, batendo o italiano Gianlucca
Genoni, com o inacreditável tempo de 18minutos e 32 segundos submersa! A
atleta é umas das poucas no mundo a realizar tantos recordes: 5
recordes mundiais, 2 continentais 28 sul-americanos e 6 nacionais,
colocando o país no topo do esporte há mais de 11 anos, sendo
também vencedora de 4 provas mundiais e homenageada com 6 prêmios
internacionais: Chave da Cidade Fort Lauderdale-EUA como atleta
destaque, Icare Trophie-Suiça: como Melhor Mergulhadora no Mundo, Melhor
Coach , prêmio Especial por sua completa carreira, Atleta destaque
Outsider, da famosa revista GoOutside de esportes radicais. Sua imagem
mergulhando com a bandeira do Brasil é uma marca registrada.
Uma homenagem que faz não somente ao país, mas ao seu ídolo maior,
Ayrton Senna do Brasil.
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