sábado, 14 de janeiro de 2012

A história da Escalada ou alpinismo....


O Montanhismo nasceu como desporto no último quartel de século XVIII, sob a denominação de "Alpinismo", por ter começado na famosa cordilheira dos Alpes, em plena Europa Central. Foi portanto seu marco inicial a escalada ao 'Mont Blanc', no ano de 1786, considerada como o início da prática do chamado "Nobre Esporte das Alturas",
No século XIX, registaram-se várias subidas de montanhas, começando então a sua caracterização desportiva, embora ainda incipiente e com motivações várias.
No início do século XX houve grande avanço técnico no Montanhismo, em particular na escalada em rocha e gelo. As principais vertentes dos Alpes foram escaladas e em 1938 a face norte do Eiger, uma das maiores paredes da Europa, é conquistada.
As décadas de 40 e 50 foram um período de grandes escaladas e grandes escaladores. Foi escalado o primeiro pico com mais de 8.000 metros de altitude, o Annapurna com 8.078 metros em 1950. O ´Teto do Mundo´ foi atingido, o Everest (8.848 metros) em 1953, pelo neozelandês Edmund Hillary e o sherpa Tensing Norkay. No ano seguinte o K-2, segunda montanha mais alta do mundo. Na Europa Walter Bonatti escala em solitário e no inverno a face norte do Cervino.
No campo da escalada em rocha foram escalados o Half Dome (1957) e o El Capitan (1958), na Califórnia, com 800 e 1.000 metros de pura rocha vertical, respectivamente. Sem esquecer do Fitz-Roy na Patagônia argentina, escalado em 1952, por Lionel Terray e Guido Magnone. No Brasil foram escalados o Pico Maior de Friburgo, a Chaminé Rio de Janeiro na imponente face sul do Corcovado e a Chaminé Gallotti no Pão de Açúcar entre várias outras montanhas de igual beleza. Um dos escaladores que mais se destacou nesta época foi Sílvio Mendes.
Finalmente, a partir da década de 60, consolidou-se o Montanhismo desportivo moderno. Com novas técnicas desenvolvidas, equipamentos avançados, treinos rigorosos e escaladas cada vez mais atléticas, grandes paredes foram vencidas, entre elas: a Torre Central del Paine (1963) e o Cerro Torre (1974), ambas na Patagônia. São escaladas vertentes cada vez mais difíceis em picos antes já atingidos. Reinhold Messner atinge o cume do Everest sem utilizar oxigênio engarrafado em 1978 e dois anos depois repete o feito, e desta vez, em solitário. 

Na década de 80 e 90 a escalada desportiva cresce no mundo todo e dificuldades extremas são superadas. Paredes gigantescas que eram antes escaladas em artificial são repetidas em livre. No Paquistão a Grande Trango Tower, talvez a maior parede de rocha do mundo, é escalada.
É nesta incessante busca do desconhecido e de novos desafios que chegamos aos dias actuais. 
Escalada em Top rope - Suspende-se o meio da corda no topo de um penedo através das sangles. Numa ponta encorda-se o escalador e, na outra, o segurador coloca a corda no dispositivo de segurança (Oito ou Grigri). A escalada faz-se como que em suspensão. Se o segurador puxar com a corda com força, até pode içar o escalador. Não há quedas de impacto existindo apenas um deslizamento.
O Top rope é utilizado para aprendizagem ou para o estudo de uma via.
Escalar à frente - Numa ponta da corda encorda-se o escalador e, a uns três metros, no corpo da corda, o segurador coloca o dispositivo de segurança. O escalador inicia a escalada enquanto que o segurador vai dando corda. Assim que o escalador chega a um ponto de amarração (ancoragem) na rocha, coloca uma express e passa a corda pelo outro mosquetão da express. Parece complicado, mas aprende-se vendo e fazendo. Neste tipo de escalada existe a possibilidade de queda quando o escalador está entre dois pontos de segurança e falha um passo! Só o ponto de segurança anterior o sustém da queda.
Escalada em Boulder - Nesta escalada não é necessária a corda. São vias baixas que exigem passos de extrema força e agilidade. Praticam-se não em altura, mas em comprimento "travessias". Pode ser efectuada em rocha ou em rocódromos. Boulder , é a escalada de blocos pequenos de rocha, mas extremamente difíceis. É a forma mais simples e pura de escalar. Oferece uma liberdade total para prescindir a corda e o equipamento, já que é executada a poucos metros do solo.
quem pode praticar
A escalada desportiva é uma actividade completa, pois agrupa vários aspectos importantes para o desenvolvimento de qualquer pessoa. Requer uma preparação física e técnica do praticante, mas não é um desporto puramente físico, muito pelo contrário. A escalada exige dos praticantes um raciocínio rápido e muita inteligência na hora de escolher o melhor caminho.
É importante que antes de começar praticar a escalada, assim como qualquer outro desporto, fazer um exame médico e ver as suas reais condições. 
Vias
As vias, estão geralmente classificadas, de modo a dar aos escaladores a informação acerca do grau de dificuldade, dos problemas que se vão apresentar e dos riscos que podem correr.
Para isso existem vários sistemas de classificação. Existe uma tabela com os vários sistemas de classificação 
Actualmente, em Portugal, Espanha e França usa-se a graduação francesa usando-se assim de 1 a 5 (embora normalmente a partir do III). Estes graus podem ser subgraduados em -/+ .
Para cima do grau 5, passa-se usar 6 a 9, sendo estes subgraduados de a-c e ainda subgraduados dentro das letras cm +\- .

Os graus numéricos tem a ver com a dificuldade técnica da escalada em si e são baseados nos movimentos difíceis (passos) a fazer, e as letras tem a ver com a aderência e perigosidade da queda.
Na verdade, cada via é um problema proposto. Temos então níveis de dificuldade diferentes, que exige além do trabalho físico, concentração e raciocínio. O praticante vê-se  obrigado a pensar para descobrir a melhor maneira de se movimentar pela parede. 
Conselhos úteis
As escaladas devem ser escolhidas de acordo com a nossa capacidade física.
O importante é que o praticante conheça os seus limites e os respeite. É essencial ter uma boa orientação através de cursos específicos com instrutores experientes, dominar a técnica de escalada e saber usar todos os equipamentos.
A escolha das cordas é fundamental. Devem ser dinâmicas, pois caso contrário podem romper-se e originar uma queda.
Antes de iniciar a subida é conveniente elaborar mentalmente os passos que vamos fazer e estudar os apoios que a parede oferece.
Não devemos abandonar um apoio até que vejamos claramente o seguinte e se possível tactea-lo antes de deixarmos aquele em que estamos agarrados. 
Equipamentos
Como todo o desporto radical a escalada oferece riscos. Porém, com a utilização de todos os equipamentos de segurança esse risco cai praticamente a zero”. Todo o equipamento de escalada é regido por normas mundiais ditadas pela União Internacional das Associações Alpinas (U.I.A.A.). A Comunidade Europeia rege-se por normas próprias, que na área da Montanha são idênticas às da UIAA .
O equipamento básico de um escalador não é muito complexo, sendo até bastante reduzido. É constituído por:
arnês (ou baudrier), uma espécie de cinto revestido que amarra o corpo do escalador à corda, de modo a que em caso de queda esta seja protegida, evitando lesões ou pressões irregulares no corpo (deve ser escolhido algo justo e nunca folgado);
 
Pés de gato, sapatos firmes e ajustados ao pé, importantíssimos para a aderência (por exemplo, em vias como o granito áspero , são indispensáveis, porque a força de braços é secundária e a aderência dos pés é aí muito importante. Em geral são comprados dois números abaixo do calçado normal.   Isto permite que o sapato -pé de gato- não dobre nas pequenas fendas e se mantenha rijo contra a rocha); Têm o formato ideal para propiciar maior equilíbrio e segurança.
 
Saco de magnésio, para transportar o magnésio, para poder ser usado durante a subida; O magnésio evita a humidade das mãos e facilita aderência às paredes.
 
O capacete, uma protecção indispensável, que protege a cabeça do escalador, da queda de pequenas pedras ou outros objectos.
 
 
O mosquetão, que tem função de elo de ligação e não é mais do que uma peça metálica em forma de aro com um troço de abertura em mola a fim de se proceder à fixação e fecho. Um mosquetão de segurança leva um dispositivo roscado que não permite que se abra inadevertidamente.
 
Relativamente ao equipamento colectivo, este é constituído por:
 
Cordas dinâmicas, que são elásticas de forma a absorver grande parte da energia, para que no caso de uma queda o corpo não sofra esticões que provoquem lesões na coluna;
 
Fitas e cordeletes, para estabelecer pontos de segurança à medida que o escalador ascende (assegurando pontos seguros a várias alturas, evitando as quedas graves);
 
Gri-Gri, Aparelho mecânico criado para dar segurança. O seu funcionamento é semelhante ao dos cintos de segurança dos automóveis;
 
O "oito" , que serve para provocar atrito na corda. O seu funcionamento é idêntico ao do Gri-Gri, mas não é automático;
 
Express/revolver , Fita costurada que une um mosquetão de dedo recto a um de dedo curvo. É vulgarmente utilizada esta expressão para designar todo o conjunto
 


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