segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

A Pesca esportiva e sua história ......


Tanto a caça, como a pesca são práticas que acompanham o homem desde a sua origem. Achados históricos mostram que, mesmo antes de se desenvolver armas “trabalhadas”, ou desenvolver técnicas apuradas de caça e de pesca, essas práticas já eram frequentes e até necessárias. No princípio, a caça e a pesca eram coisas imprescindível para sobrevivência: era, junto à colheita de frutas, a única forma de se obter alimento.  Mais tarde, ganhou outros significados, como, por exemplo, o ritual para a passagem da fase da adolescência de meninos para a fase adulta de meninos de alguns povos. Nos dias atuais, não é mais uma forma de sobrevivência, mas a caça, assim como a pesca, ainda existem em ramos como o esportivo e por lazer.

    Começando pela história da pesca: o homem sempre precisou estar perto da água para sobrevivência. Locais perto de rios eram os lugares de abrigo desde da época pré-histórica. O homem ainda não tinha conhecimentos sobre agricultura e nem estratégias para capturar animais terrestres. Então, a pesca era praticamente a única forma de alimentação animal. Alguns achados de cascas de ostras e de mexilhões sugerem que, mesmo antes da pesca com equipamentos, o homem colhia moluscos para alimentação.

    Segundo cientistas, o período paleolítico (2,5 milhões a.C. até 10.000 a.C.), chamado também de Idade da Pedra Lascada, foi o período histórico que pôde ser considerado o início da sofisticação dessas práticas. Como o próprio nome diz, foi a época em que se acharam a primeiras ferramentas “esculpidas” dos homens. Pedras eram batidas em outras, repetitivamente, até criarem pontas ou outros formatos desejados. Daí, nasceram as lanças e, mais tarde, as flechas, primeiras armas trabalhadas dos homens na caça. Antes disso,  eram usadas pedras e ossos como instrumentos de caça e pesca. Logicamente, com essa nova tecnologia das armas, foi possível que a caça e a pesca fossem mais efetivas, podendo capturar animais maiores e com menos risco para os humanos durante a caça.

    Além desses novos instrumentos de caça, outro evento foi muito importante para o desenvolvimento dessa técnica: a descoberta de manejar o fogo. Os cientistas afirmam que, devido às baixas temperaturas da terra, obrigavam os homens a se abrigar em cavernas. Com o aprendizado de manipulação do fogo, a qualidade de vida cresceu de forma providencial. Além de terem a possibilidade de se esquentar no frio, deu a possibilidade de começar a consumir animais (peixes e caças terrestres) e vegetais cozidos.

    O anzol, instrumento usado até hoje na pesca, veio a ser inventado já no fim da Pré-História, juntamente com as  primeiras redes de pesca. Da invenção do anzol para frente, a pesca só iria crescer. Prova disso é que um dos maiores impérios do mundo, o império Romano, é uma fase da história em que a pesca teve um grande salto de popularidade. Se antes a pesca era feita somente por escravos e somente nos lagos, agora o homem iria para o mar, buscar peixes suficientes para abastecer um consumo que só crescia. Nesse período ainda houve o surgimento do Cristianismo, o que resultaria na visão de que o peixe e os alimentos vindos do mar seriam alimentos nobres, o que por sua vez, consolidou a pesca marítima como forma de sobrevivência, tanto para consumo próprio, como forma de emprego.

    A evolução da pescaria fez com que outros pontos relativos a isso se sofisticassem também. No Império Romano, foi desenvolvida a técnica de conservar peixes em azeite, sendo que a forma dessa conservação era, até então somente com sal. A divisão do que seriam os peixes mais nobres também já estava sendo feita: as classes mais altas consumiam salmão, lagosta e os pescados mais finos, enquanto outras classes consumiam atum salgado e peixes mais simples. No século IV, monges começaram a produzir redes próprias para a pesca marítima, ou seja,  com capacidade bem maior do que as redes geralmente usadas.
 
Contar a história da relação do homem com os peixes é tão antigo quanto à própria existência do ser humano.

Povos primitivos, sem ainda terem desenvolvido formas tradicionais de cultivo da terra e criação de animais, praticamente dependiam da pesca para se alimentarem. Vários objetos eram utilizados para a captura de peixes, contudo, um outro objeto surgia, sendo este o principal para a prática da pesca.
Tudo começa a partir da existência do anzol, que segundo arqueólogos, vem desde o período Paleolítico, quando estes tinham pontas afiadas e um formato de esquírolas (fragmento de ossos).

Já no período Neolítico, o anzol (foto acima) tinha o mesmo formato que os anzóis atuais, porém, eram feitos de ossos, madeira ou de conchas de mariscos.
Com o passar dos séculos, após o descobrimento do ferro, surgia o anzol forjados em aço (foto acima), por volta do século XIV, quando em Londres, instalou-se uma manufatura de agulhas de cozer e também se dedicaram a fabricação do anzol de pesca.
O desenvolvimento da pesca sempre acompanhou a trajetória de seu principal artefato, o anzol. Junto, as linhas de pesca, antes feitas de fibras vegetais ou animais, foram sendo aperfeiçoadas por metais de várias linhagens ou então de materiais sintéticos que hoje são super resistentes.
Por volta do século XVII, uma freira chamada Juliana Berners (foto acima), teria sido, segundo historiadores, a pessoa que primeiro definiu os princípios da verdadeira pesca esportiva, quando incitou pescadores a usarem equipamentos leves, adequados e iscas artificiais, através de seu livro Book os Saint Albans (O livro de Santo Albano).
Por volta de 1600, os ingleses adotaram a pesca esportiva por vários entusiastas londrinos que praticavam o esporte, até então uma novidade, à beira do rio Tâmisa.

Pouco depois, em 1653, Izaak Walton (foto acima), com seu livro The Complete Angler (O Pescador Esportivo Completo), dedicava seu tema dando uma ampliação no esporte. Este livro contribuiu para o crescimento da pesca esportiva e muitos ingleses começaram a pescar trutas, salmões e percas nos rios da Inglaterra com varas leves, linhas finas, anzóis pequenos e iscas artificiais.

A pesca no seu caráter tipicamente esportivo surgiu, portanto, na Inglaterra, por volta do século XVIII, após estes acontecimentos.


A invenção do molinete
No final do século XIX, o norte-americano George Snyder deu um novo impulso para a pesca em geral e que influenciou muito na pesca esportiva. Graças a ele, surgia o molinete multiplicador.

Antes, os molinetes eram de madeira, e não passavam de um simples carretel. Com o molinete inventado por Snyder, possibilitou que o pescador conseguisse maior extensão de linha. Estes novos equipamentos de metal aumentaram consideravelmente a capacidade de armazenamento de linha e agilizavam o seu recolhimento, uma vez que, uma volta na manivela equivalia a três voltas do tambor.


A introdução da Pesca Esportiva no mar e as inovações
Até agora ficamos sabendo que os primeiros a pescarem desportivamente, foram os ingleses, porém, agora veremos que quem tomou a iniciativa da pesca no mar, foram os norte-americanos, assim como as mais diversas técnicas da pesca esportiva que hoje são colocadas em prática.

Quando este esporte passou a ser aplicado em águas salgadas, muitas modalidades foram criadas em busca da captura de grandes peixes como o atum, albacoras, peixes de bico ou tarpons. Isto tudo exigiu que os molinetes daquela época contivessem um dispositivo de freadas mais aperfeiçoados do que o simples pedaço de couro que era usado para comprimir a linha com o dedo polegar sendo colocado em risco.

Graças ao engenheiro Willian Boschen, foi criado o freio de fricção, o que permitiu, de fato, a captura de grandes peixes.
Assim como a pesca industrial conseguiu fazer bom uso com as inovações, a pesca esportiva não ficou para trás.

A carretilha (foto acima), outro instrumento para armazenar e recolher linhas, foi utilizada pela primeira vez para a pesca profissional de alto mar. Um pouco mais adiante, este instrumento conquistou alguns amadores da pesca ocasionando a divisão entre os que preferiam o molinete e a carretilha. Atualmente, temos os pescadores que utilizam apenas molinetes para pescar e outros preferem a carretilha. O importante é que tanto um quanto outro proporciona o mesmo prazer de “pescar por pescar”.


A denominação de Pesca Esportiva
A pesca esportiva ganhou esta denominação por se tratar do ato de pescar por hobby, lazer e esporte. O pescador não tem o seu sustendo dependente da pesca. É simplesmente “pescar por pescar”, como citei acima.

Depois de tantas invenções e inovações, hoje em todo o mundo, a pesca esportiva é muito praticada e vem crescendo cada vez mais. Competições nacionais e internacionais são realizadas todos os anos com as mais diversas modalidades tanto em rios quanto em mares e sempre com um cuidado: ser apenas uma modalidade esportiva, com a utilização de equipamentos corretos e sem jamais prejudicar a vida dos peixes.

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