quarta-feira, 26 de setembro de 2012

A historia do salto ornamental....


Esporte aquático que se caracteriza pela impulsão executada sobre um trampolim (ou plataforma) montado à beira de uma piscina, pela execução de figuras durante uma trajetória parabólica e pela entrada na água, que finaliza o salto.
Desde sua aparição, no século passado, o esporte evoluiu até atingir o alto nível técnico que tem nos dias de hoje. O salto ornamental possui grande semelhança com a ginástica olímpica, com a diferença de que o ginasta encontra normalmente um ponto de apoio nos aparelhos ou no solo, ao passo que o saltador se lança no espaço aéreo e tem apenas uma parábola para realizar seus movimentos, numa contínua busca de equilíbrio.
Pode-se dizer que o salto ornamental é uma das modalidades esportivas mais completas sob o ponto de vista físico (coordenação, equilíbrio e elasticidade) e estético (harmonia e precisão nos movimentos). Dificilmente uma modalidade consegue reunir todos esses atributos. O treinamento sério e concentrado é imprescindível, afinal o perigo está presente a todo momento.
Os Saltos Ornamentais, juntamente com a Natação, Pólo Aquático, Nado Sincronizado e Águas Abertas são as modalidades esportivas vinculadas à Federação Internacional de Natação Amadora (F.I.N.A).


COMO SURGIU:
No fim do séc. XIX, realizavam-se na Inglaterra competições baseadas na altura percorrida. Os saltos ornamentais foram escritos nos Jogos Olímpicos, em 1900, sob forma de atração. Codificados mais tarde pela F.I.N.A., surgiram com regularidade nas competições internacionais: encontros, campeonatos, Jogos Olímpicos, etc.
Os E.U.A. dominaram por muito tempo essas competições (de 1920 a 1956), com White, Desjardins, Drave e Harlan. O aparecimento da alemã Kramer, em 1960, seguida dos tchecoslovacos e dos soviéticos, interrompeu a supremacia norte-americana, quem vem sendo, todavia, paulatinamente recuperada.


SALTOS ORNAMENTAIS NO BRASIL:
 
O Fluminense, no Rio de Janeiro, foi o primeiro clube no país a possuir uma piscina com aparelhagem para saltos ornamentais. Em 1919, o clube tinha trampolins de 1 a 3 metros e plataformas de 5 a 8 metros. A primeira competição nacional aconteceu em 30 de março de 1913, na enseada de Botafogo, no Rio, e foi vencida pelo paulista Adolfo Wellisch, representante do Clube de Regatas Tietê.
A Federação Brasileira das Sociedades de Remo, do Rio de Janeiro, publicou em dezembro de 1931 um "registro de vitórias", onde consta a data de 1921 para o primeiro campeonato nacional de saltos, que se chamava ‘Washington Luíz’ e mais tarde passou a ser denominado Campeonato Brasileiro de Saltos. Naquela época fazia-se uma certa confusão quanto a denominação das provas de plataforma e de trampolim. Os nomes eram usados indistintamente, sendo mais comum o uso do nome trampolim.
Como acompanhar uma competição de saltos ornamentais – O Campeonato Brasileiro de Saltos reúne os melhores atletas em atividade no país e estes se enfrentam em 4 etapas, que acontecem em 4 dias. Normalmente, as competições são feitas nos trampolins de 1m, 3m e plataforma de 10m. As mulheres fazem, cada uma, 5 saltos livres dos trampolins e plataformas; e o homens, seis saltos livres de cada um desses aparelhos. Ao final das 4 etapas, o vencedor será aquele que somar o maior número de pontos.

PARTE PRÁTICA:

Alguns detalhes são fundamentais para que um salto seja considerado bom: a andada no trampolim, o pulo para a ponta, a altura da saída, a execução do salto e a entrada na água. Todas essas partes são julgadas como uma coisa só, um conjunto. O momento de saída ou ‘decolagem’ do trampolim deve mostrar controle e balanço. A altura que o saltador atinge é muito importante pois ela significa mais tempo. Quanto maior a altura, maior a possibilidade de trabalhar a exatidão e a suavidade dos movimentos. A execução do salto envolve performance mecânica e técnica, mas também leveza e graça. A entrada na água é o último item que o juiz vê e ele observa o ângulo – que deve ser quase vertical – e a quantidade de água espirrada – que dever a menor possível.
Devem se distinguir-se os saltos de trampolim, prancha flexível com aproximadamente 5m de comprimento e 50cm de largura situada a 1m ou 3m do nível da água, dos saltos de plataforma, fixa, com 6m de comprimento por 2m de largura, situada a 5m, 7,5m ou 10 metros acima do nível da água.


TIPOS DE SALTO:

Existem seis grupos de saltos. Os quatro primeiros envolvem rotação em diversas direções; o quinto  inclui qualquer salto com giro e o último, usado em salto de plataforma, começa com uma “bananeira”.

·        Grupo I – Para frente  (saída de frente para a água e execução para a frente)- O atleta fica de frente  para o trampolim e faz uma série de rotações em direção à água.

·        Grupo II-  De costas (saída de costas para a água e execução para trás)- Os saltos neste grupo começam com o atleta  no final do trampolim  de costas para a água. A direção da rotação é sempre para longe a partir da plataforma.

·        Grupo III-  Reverso (saída de frente para a água e execução para trás)- Começam com o atleta voltado para a frente do trampolim  e terminam com uma rotação em direção à plataforma.

·        Grupo IV-  Para dentro (saída de costas para a água e execução para frente) - O atleta fica no fim da plataforma e realiza uma rotação em direção do trampolim (movimento oposto ao do salto 2).

·        Grupo V– Giro (giro do corpo em torno de seu eixo longitudinal, independentemente do tipo de saída)  – Todos os saltos com giros se incluem neste grupo; estes podem ser para frente, para trás, reverso e para dentro.

·        Grupo VI– Equilíbrio (saída em parada de mãos) - O atleta se equilibra de cabeça para baixo na beira da plataforma antes de executar o salto.

No ar, a posição do corpo pode ser Esticada, Carpada ou Grupada. Na posição ‘esticada’ os pés devem estar juntos com as pontas esticadas e o corpo não pode estar flexionado na cintura, nos joelhos e nem nos braços. Na posição ‘carpada’ o corpo deve estar flexionado na cintura, mas as pernas e o pés devem estar bem estendidos. E na posição ‘grupada’ o corpo inteiro se flexiona, com joelhos e ponta dos pés juntos.
JULGAMENTO DO SALTO:

É difícil julgar um salto porque muitas sutilezas estão envolvidas, como estilo. É por isso que muitas pessoas são chamadas apara avaliar, tentando manter o resultado o mais justo possível.
Ao se classificar um salto, todas as suas etapas são levadas em conta. São:
Aproximação: Deve ser macia mas com força, mostrando boa forma.
Partida: Deve mostrar controle e equilíbrio, além do ângulo correto de “aterrissagem” e partida para o tipo de salto adotado.
Elevação: O impulso e a altura que o atleta atingem são muito importantes. Um salto mais alto predispõe maior maciez de movimento.
Execução: É o mais importante, já que é o salto. O juiz observa a performance mecânica, técnica, forma e graça.
Entrada: É muito significativa pois é a última coisa que o juiz vê e que melhor se lembra. Os dois critérios a serem avaliados são o ângulo de entrada, que deve ser próximo ao vertical, e a quantidade de água espalhada, que deve ser a mínima possível.

Após cada salto o árbitro faz um sinal aos juizes com o apito. Os juizes, que não se comunicam uns com os outros, imediatamente mostram suas notas. Um salto é cotado entre zero e dez pontos com um ponto ou menos colocado por cada juiz. A lista das notas e dos significados:
·        0 – Completo fracasso
·        0,5 - 2 - Insatisfatório
·        2,5 – 4,5 - Deficiente
·        5-6 - Satisfatório
·        6,5 - 8 - Bom
·        8,5 - 10 – Muito bom
Depois de apresentadas as notas, a mais alta e a mais baixa são eliminadas. O restante é somado e multiplicado pelo grau de dificuldade do salto.
Exemplo: Um saltador recebe as seguintes notas: 6 ; 5,5 ; 5 ; 4. O 6 e 4 são jogados fora. A soma do restante totaliza 15. Depois, façamos de conta que o salto tenha o grau de dificuldade 2,0. Assim teremos 15 x 2,0 que é igual a nota do atleta, 30,0.

Nenhum comentário:

Postar um comentário