Esporte aquático que se
caracteriza pela impulsão executada sobre um trampolim (ou plataforma)
montado à beira de uma piscina, pela execução de figuras durante uma
trajetória parabólica e pela entrada na água, que finaliza o salto.
Desde sua aparição, no
século passado, o esporte evoluiu até atingir o alto nível técnico que
tem nos dias de hoje. O salto ornamental possui grande semelhança com a
ginástica olímpica, com a diferença de que o ginasta encontra
normalmente um ponto de apoio nos aparelhos ou no solo, ao passo que o
saltador se lança no espaço aéreo e tem apenas uma parábola para
realizar seus movimentos, numa contínua busca de equilíbrio.
Pode-se dizer que o
salto ornamental é uma das modalidades esportivas mais completas sob o
ponto de vista físico (coordenação, equilíbrio e elasticidade) e
estético (harmonia e precisão nos movimentos). Dificilmente uma
modalidade consegue reunir todos esses atributos. O treinamento sério e
concentrado é imprescindível, afinal o perigo está presente a todo
momento.
Os Saltos Ornamentais,
juntamente com a Natação, Pólo Aquático, Nado Sincronizado e Águas
Abertas são as modalidades esportivas vinculadas à Federação
Internacional de Natação Amadora (F.I.N.A).
COMO SURGIU:
No fim do séc. XIX,
realizavam-se na Inglaterra competições baseadas na altura percorrida.
Os saltos ornamentais foram escritos nos Jogos Olímpicos, em 1900, sob
forma de atração. Codificados mais tarde pela F.I.N.A., surgiram com
regularidade nas competições internacionais: encontros, campeonatos,
Jogos Olímpicos, etc.
Os E.U.A. dominaram por
muito tempo essas competições (de 1920 a 1956), com White, Desjardins,
Drave e Harlan. O aparecimento da alemã Kramer, em 1960, seguida dos
tchecoslovacos e dos soviéticos, interrompeu a supremacia
norte-americana, quem vem sendo, todavia, paulatinamente recuperada.
SALTOS ORNAMENTAIS NO BRASIL:
O Fluminense, no Rio de
Janeiro, foi o primeiro clube no país a possuir uma piscina com
aparelhagem para saltos ornamentais. Em 1919, o clube tinha trampolins
de 1 a 3 metros e plataformas de 5 a 8 metros. A primeira competição
nacional aconteceu em 30 de março de 1913, na enseada de Botafogo, no
Rio, e foi vencida pelo paulista Adolfo Wellisch, representante do Clube
de Regatas Tietê.
A Federação Brasileira
das Sociedades de Remo, do Rio de Janeiro, publicou em dezembro de 1931
um "registro de vitórias", onde consta a data de 1921 para o primeiro
campeonato nacional de saltos, que se chamava ‘Washington Luíz’ e mais
tarde passou a ser denominado Campeonato Brasileiro de Saltos. Naquela
época fazia-se uma certa confusão quanto a denominação das provas de
plataforma e de trampolim. Os nomes eram usados indistintamente, sendo
mais comum o uso do nome trampolim.
Como acompanhar uma
competição de saltos ornamentais – O Campeonato Brasileiro de Saltos
reúne os melhores atletas em atividade no país e estes se enfrentam em 4
etapas, que acontecem em 4 dias. Normalmente, as competições são feitas
nos trampolins de 1m, 3m e plataforma de 10m. As mulheres fazem, cada
uma, 5 saltos livres dos trampolins e plataformas; e o homens, seis
saltos livres de cada um desses aparelhos. Ao final das 4 etapas, o
vencedor será aquele que somar o maior número de pontos.
PARTE PRÁTICA:
Alguns detalhes são
fundamentais para que um salto seja considerado bom: a andada no
trampolim, o pulo para a ponta, a altura da saída, a execução do salto e
a entrada na água. Todas essas partes são julgadas como uma coisa só,
um conjunto. O momento de saída ou ‘decolagem’ do trampolim deve mostrar
controle e balanço. A altura que o saltador atinge é muito importante
pois ela significa mais tempo. Quanto maior a altura, maior a
possibilidade de trabalhar a exatidão e a suavidade dos movimentos. A
execução do salto envolve performance mecânica e técnica, mas também
leveza e graça. A entrada na água é o último item que o juiz vê e ele
observa o ângulo – que deve ser quase vertical – e a quantidade de água
espirrada – que dever a menor possível.
Devem se distinguir-se
os saltos de trampolim, prancha flexível com aproximadamente 5m de
comprimento e 50cm de largura situada a 1m ou 3m do nível da água, dos
saltos de plataforma, fixa, com 6m de comprimento por 2m de largura,
situada a 5m, 7,5m ou 10 metros acima do nível da água.
TIPOS DE SALTO:
Existem seis grupos de
saltos. Os quatro primeiros envolvem rotação em diversas direções; o
quinto inclui qualquer salto com giro e o último, usado em salto de
plataforma, começa com uma “bananeira”.
· Grupo I – Para
frente (saída de frente para a água e execução para a frente)- O
atleta fica de frente para o trampolim e faz uma série de rotações em
direção à água.
· Grupo II- De
costas (saída de costas para a água e execução para trás)- Os saltos
neste grupo começam com o atleta no final do trampolim de costas para a
água. A direção da rotação é sempre para longe a partir da plataforma.
· Grupo III-
Reverso (saída de frente para a água e execução para trás)- Começam com o
atleta voltado para a frente do trampolim e terminam com uma rotação
em direção à plataforma.
· Grupo IV-
Para dentro (saída de costas para a água e execução para frente) - O
atleta fica no fim da plataforma e realiza uma rotação em direção do
trampolim (movimento oposto ao do salto 2).
· Grupo V– Giro
(giro do corpo em torno de seu eixo longitudinal, independentemente do
tipo de saída) – Todos os saltos com giros se incluem neste grupo;
estes podem ser para frente, para trás, reverso e para dentro.
· Grupo VI–
Equilíbrio (saída em parada de mãos) - O atleta se equilibra de cabeça
para baixo na beira da plataforma antes de executar o salto.
No ar, a posição do
corpo pode ser Esticada, Carpada ou Grupada. Na posição ‘esticada’ os
pés devem estar juntos com as pontas esticadas e o corpo não pode estar
flexionado na cintura, nos joelhos e nem nos braços. Na posição
‘carpada’ o corpo deve estar flexionado na cintura, mas as pernas e o
pés devem estar bem estendidos. E na posição ‘grupada’ o corpo inteiro
se flexiona, com joelhos e ponta dos pés juntos.
JULGAMENTO DO SALTO:
É difícil julgar um
salto porque muitas sutilezas estão envolvidas, como estilo. É por isso
que muitas pessoas são chamadas apara avaliar, tentando manter o
resultado o mais justo possível.
Ao se classificar um salto, todas as suas etapas são levadas em conta. São:
Aproximação: Deve ser macia mas com força, mostrando boa forma.
Partida: Deve mostrar controle e equilíbrio, além do ângulo correto de “aterrissagem” e partida para o tipo de salto adotado.
Elevação: O impulso e a
altura que o atleta atingem são muito importantes. Um salto mais alto
predispõe maior maciez de movimento.
Execução: É o mais importante, já que é o salto. O juiz observa a performance mecânica, técnica, forma e graça.
Entrada: É muito
significativa pois é a última coisa que o juiz vê e que melhor se
lembra. Os dois critérios a serem avaliados são o ângulo de entrada, que
deve ser próximo ao vertical, e a quantidade de água espalhada, que
deve ser a mínima possível.
Após cada salto o
árbitro faz um sinal aos juizes com o apito. Os juizes, que não se
comunicam uns com os outros, imediatamente mostram suas notas. Um salto é
cotado entre zero e dez pontos com um ponto ou menos colocado por cada
juiz. A lista das notas e dos significados:
· 0 – Completo fracasso
· 0,5 - 2 - Insatisfatório
· 2,5 – 4,5 - Deficiente
· 5-6 - Satisfatório
· 6,5 - 8 - Bom
· 8,5 - 10 – Muito bom
Depois de apresentadas
as notas, a mais alta e a mais baixa são eliminadas. O restante é somado
e multiplicado pelo grau de dificuldade do salto.
Exemplo: Um saltador
recebe as seguintes notas: 6 ; 5,5 ; 5 ; 4. O 6 e 4 são jogados fora. A
soma do restante totaliza 15. Depois, façamos de conta que o salto tenha
o grau de dificuldade 2,0. Assim teremos 15 x 2,0 que é igual a nota do
atleta, 30,0.
Nenhum comentário:
Postar um comentário